Por ter sido marqueteiro da campanha do Doutor Railton (PDT), algumas pessoas acham que eu torço contra o governo do prefeito Gustavo Prandini (PV). Grande engano. Eu não sou político partidário; sou profissional de marketing. E, acima de tudo, sou monlevadense. Não só torço pelo sucesso do governo dele como acredito nas boas intenções de Gustavo Prandini.
Ele é de uma das mais tradicionais famílias de Carneirinhos, cuja existência é muito anterior à do município de João Monlevade. Prandini é filho do saudoso Alpino Assis, uma das mais expressivas lideranças da história cooperativa de nossa cidade. Ele é neto do Luiz Prandini que é nome de rua no centro da cidade, sobrinho de empresários que ajudaram a construir nosso desenvolvimento comercial e comunitário como o Nino da Livraria e o Geraldo da Tipografia. Ele é irmão de um médico novo, mas conceituado na prestação de serviços em nosso hospital e em toda a região. Para completar, Gustavo (ou Gu para a família) é casado com uma descendente de outra tradicional e querida família que se notabilizou por cuidar da saúde do povo.
Um homem com um currículo familiar como este, por mais novo e inexperiente que seja, dificilmente perderá o compromisso com suas origens e com a cidade que o criou e o tornou homem.
Reconheço que as dificuldades de início de governo assustam a quem está lá e também a quem está distante. Atiça minha sensibilidade marqueteira, no entanto, a comprovada intolerância generalizada nunca vista em fase inicial de nenhum outro governo anterior.
Mesmo assim, eu me nego a conjugar tanto pessimismo. É preciso mais tolerância, dar mais tempo.
É verdade que caiu a qualidade no serviço de saúde, que a cidade ainda está muito suja, que os buracos na rua continuam irritando, que a porta nos fundos da prefeitura é imoral, que a relação com o sindicato deixou manchas que nem Omo tira, que a arrogância tem provocado atritos desnecessários e uma série de outros deslizes.
Mas é preciso ter calma. Não é fácil colocar uma máquina pesada como essa para funcionar, sem dar tempo para os devidos ajustes. Prefeitura é um trabalho de equipe e equipe não se ajusta com 30 ou 60 dias. Tem o loteamento partidário natural do governo, as vaidades pessoais, aqueles que querem mandar mais do que o prefeito e uma pressão constante de todos os lados, muitas vezes forçando, ao limite, a capacidade do homem prefeito.
É claro que Gustavo Prandini quer fazer um ótimo governo. Não acredito que ele abandonou momentaneamente sua carreira de advogado para se colocar na história como um dos piores prefeitos de João Monlevade. Não acredito que ele queira se enriquecer nem deixar que outros se enriqueçam com o dinheiro público. Não acredito que ele vai se deixar manipular por assessores de interesses pessoais e nem vai permitir que famílias até então amigas sofram por pura perseguição de política rasteira e arcaica.
Tem gente que acha que conhece Prandini e não o distingue de uma marionete. Eu tenho certeza de que não o conheço muito bem, mas acredito nele pela origem que representa.
Por tudo isso, sinto-me confortável em defender tolerância e, mais do que isso, fé na capacidade de Gustavo Prandini reverter toda essa situação e surpreender João Monlevade com um ótimo governo.
E me é muito fácil fazer este testemunho porque nunca precisei e nem preciso dos favores de Gustavo Prandini, além de não ter vocação para puxa-saco. E não me preocupa nenhuma retaliação presente ou futura do atual governo. Que ele faça o que bem entender contra mim e contra os meus interesses particulares e profissionais, mas que se reabilita e restitua ao povo de Monlevade a esperança dos dias melhores que lhe foram prometidos.
Gustavo tem competência e pode fazer muito melhor. Se o lado bom de seu coração deixar, ele ainda vai surpreender muita gente.
Pedido de desculpas: Nesta véspera de finados, eu, Márcio Passos, peço publicamente desculpas aos leitores por ter escrito este texto, aqui neste mesmo espaço, no dia 27 de março de 2009, quando o prefeito Gustavo Prandini completava 90 dias de governo. Acreditei e errei feio. E bota feio nisso!
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