quarta-feira, 31 de outubro de 2012



Olha o Titó aí, gente!

Durante a campanha eleitoral me encontrei várias vezes com o jovem Titó, então candidato a vereador em João Monlevade.
Sorrindo e muito simpático, lembrava que estávamos em campos adversários, mas sempre me avisava que ficaria feliz se merecesse meu voto. Estava nas esquinas, mais ouvindo do que conversando e pedindo votos com humildade e gastando muita sola de sapato.
Poucos tinham dúvida de que ele seria eleito. E foi. Mais do que isso, deu um show e foi o mais votado.
Desejo sucesso ao Titó, mas a experiência de mais de quarenta e cinco anos acompanhando a política de João Monlevade me obriga a um alerta: cuidado, porque a história dos mais votados em Monlevade, na maioria das vezes, é desanimadora.

sexta-feira, 26 de outubro de 2012



Auditoria: fazer ou não fazer?

Escrevi no blog Rapadura e no blog Filhos das Minas (ex-Filhos do Cauê) sobre as famosas auditorias que os prefeitos eleitos costumam prometer sobre o governo do antecessor.
Tem uma pá de gente defendendo essas auditorias, alguns pedindo até apuração do que aconteceu há mais de uma década. Outros alegam que é um direito do cidadão saber o que foi feito com o dinheiro público no governo anterior, enquanto alguns pregam que é obrigação do prefeito eleito fazer uma apuração geral do que aconteceu antes e denunciar os possíveis corruptos ou praticantes de atos ilegais.
Ainda bem que tem muita gente pensando diferente. Democracia é isso.
Respeito a opinião de cada um e concordo com aqueles que defendem publicidade da real situação encontrada em cada prefeitura. O prefeito entrante precisa mostrar à população de sua cidade como encontrou a Prefeitura, os problemas, as dívidas, as condições do patrimônio e dos equipamentos públicos. Isso precisa ser bem documentado e divulgado. Mais do que isso não é função do prefeito.
Não me lembro de ter ouvido candidato a prefeito prometer em campanha que faria auditoria sobre o governo anterior e que denunciaria fulano ou beltrano. E se algum o fez, extrapolou sua função. Prefeito nenhum é eleito para isso. Auditar, fiscalizar, denunciar e punir são funções do Ministério Público, dos vereadores e do cidadão comum.
Prefeito é eleito para governar a partir do dia primeiro de janeiro após sua eleição e nos quatro anos seguintes. Esse papo de que prefeito tem que auditar e denunciar prefeito antecessor é mais para satisfazer mágoas de aliados ou não, que lhe atribuem mais obrigações daquelas tantas que na realidade já as tem. E que não são fáceis.
Voto é esperança por dias melhores. E eles não estão pra trás. Estão pra frente.
Aos que discordam peço apenas tempo, que é o senhor da razão.



Não faço oposição a Carlos Moreira
 
Devagar que o andor é de barro, último texto que escrevi por aqui acerca das relações políticas teófilo-moreiristas, gerou comentários e reações bem acima da média habitual.
Antes que os menos avisados se assanhem, no entanto, já vou avisando que não sou e nem tenho interesse em ser opositor ao político Carlos Moreira. Longe de mim tal encomenda, até mesmo porque ela passaria longe da realidade dos fatos que conheço e das avaliações que faço. Reagindo ao meu texto sei de várias pessoas que foram bater no ombro do político para tentar desclassificar o que escrevi. É o puxa-saquismo de sempre a serviço, apenas, de interesses pessoais. Nunca tive relação fácil com Moreira, pelo simples fato dele não gostar de críticas e eu não ter vocação para puxa-saco. No entanto, nunca lhe fiz cena, nunca fiz de conta.
Muito se cantou em prosa e verso nas últimas eleições que o ex-prefeito é um político ficha suja. Um ou outro jovem mais empolgado e menos cauteloso até o chamou de corrupto, na ânsia de tentar convencer que seu candidato (a) era melhor que o dele. Excessos de campanha.
No que ficou convencionado como ficha suja, ou seja, aquele que foi condenado em colegiado por crime na administração pública, não há como tirar-lhe o título. Mas sabemos todos que existem os fichas-sujas corruptos e os fichas-sujas que pecaram com práticas ilegais resultado da falta de capacidade de gestão.
Pelo que conheço do Carlos e de seus dois mandatos como prefeito de João Monlevade, eu o descarto do primeiro grupo. Não há evidências claras de roubo ou qualquer ato de corrupção, mesmo diante da indisponibilidade de seus bens pela Justiça, referente ao processo licitatório da coleta de lixo. Moreira é sim ficha-suja, mas por incapacidade administrativa, mau assessoramento e excesso de teimosia que o levaram a erros graves e práticas ilegais. E pelos quais está pagando caro e vai ter que pagar mais ainda, inclusive com a possibilidade quase inquestionável de ficar fora das disputas eleitorais nos próximos quatro, seis ou até oito anos.
Carlos Moreira foi um bom prefeito dentro da média que se verificou no quase meio século de cidade emancipada. Na realidade, superou a expectativa até mesmo daquelas pessoas mais próximas que o conheciam bem no período pré-prefeito, como eu, e saiu-se bem graças ao populismo sempre praticado e uma dedicação estremada ao trabalho. E a ruindade de Prandini lhe deu ainda mais mérito.
Não foi, no entanto, um gestor diferenciado. Se Prandini teve o demérito de fazer a cidade andar pra trás, Moreira, pelo menos, a manteve estagnada nas questões de modernidade administrativa e desenvolvimento econômico. Nem por isso, deixa de ter seus méritos como a vinda dos cursos superiores de universidades públicas, fazendo contraponto ao fracasso do Hospital Santa Madalena.
Resta reconhecer que Carlos Moreira merece sua foto pendurada no hall dos ex-prefeitos, mas seu tempo passou, como também começa a passar o meu como comandante de um veículo de comunicação. Seus impedimentos legais como eleitor o deixam fora da disputa por um tempo ainda incerto e a possibilidade de volta ao cargo fica cada vez mais distante e improvável, o que ele confessa nem mesmo querer.
Dificuldades eleitorais à parte, o que nos sobra de prático neste final de 2012 é a eleição do jovem Teófilo Torres para comandar o município de João Monlevade nos próximos quatro anos. É ele quem foi eleito e é dele que o eleitor espera soluções que resolvam tantos problemas no município.
Importante lembrar, agora, que poder não se divide. Não tem como fazer um governo teófilo-moreirista, mesmo porque os dois são muito diferentes. Carlos Moreira teve um papel importante na eleição de Teófilo Torres e foi um de seus principais cabos eleitorais. Para o bem de ambos e de todos, porém, seu papel se encerra aí e qualquer tentativa de permanecer no centro do poder vai terminar mal. Pacto umbilical já tivemos um bem recente e deu no que deu.
Que Moreira se recolha à sua posição de ex-prefeito e de lá só saia quando for solicitado pelo atual, o que se espera não seja em demasia.  É esse o papel que lhe cabe na história, em respeito à função que já desempenhou e coerente com a postura do eleitor que deu a Teófilo a maior votação em todas as eleições municipais até então aqui realizadas.

quinta-feira, 25 de outubro de 2012



Presidência da Câmara

Neste sistema político vigente, o papel do presidente da Câmara é de extrema importância.
Se ele faz acordo para resolver seus problemas pessoais ou políticos eleitorais, como temos visto nos últimos anos na maioria dos casos, toda a cidade paga muito caro.
É por isso que é preciso ficar atento às negociações para formação da mesa diretora do legislativo. E aqui, não há como negar o peso do apoio do prefeito eleito, apesar da cantada independência harmônica.
O ideal seria ver o prefeito eleito distante da escolha do presidente da Câmara.
Isso, no entanto, não passa de utopia.
Como a não interferência de prefeitos nesse processo costuma se mostrar como emenda pior do que o soneto, resta-nos torcer pelo mal menor.

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Acordos políticos 

Os poderes são independentes e harmônicos. Isso é muito bonito no papel, mas na prática existe uma dependência do tamanho de um boi. E não é boi pequeno, não! Os vereadores iniciam o mandato pensando na reeleição e precisam fechar o caixa político diariamente. Caso contrário, não se reelegem. O prefeito precisa de maioria folgada na Câmara para governar com tranquilidade. Se tiver minoria, independente da qualidade das proposições que enviar ao Legislativo, vai se dar mal. Para que ambas as partes se saiam bem, existem os acordos políticos. É esse o sistema político vigente e, infelizmente, não vai mudar tão cedo. O problema é quando os acordos políticos extrapolam os interesses coletivos e abrem espaço para o interesse pessoal, a troca de cargos na Prefeitura por votação no plenário, o silêncio conveniente em prejuízo da comunidade e a desavergonhada indisposição de fiscalizar o que quer que seja. Aí o povo que se dane.

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Caia na real

O prefeito foi eleito para governar e se responsabilizar pelos atos a partir do próximo dia primeiro de janeiro de 2012.

Ninguém foi eleito para fazer auditoria do que se passou. Isso é responsabilidade do Ministério Público, da Câmara de Vereadores ou da Justiça.

Prefeito é eleito para governar pra frente e, nunca, pra ficar olhando pra trás.

Já vi esse filme antes e ele nunca termina bem. Não resolve os problemas da cidade, agrada os radicais e pseudo-moralistas do sistema e... não passa disso, quando não termina pior.

O falecido bispo Dom Mário Teixeira Gurgel me assoprou certa vez ao pé do ouvido: "os adversários não, mas o povo é muito condescedente com os políticos". Li Guerra e Luiz Menezes não estão aí pra comprovar e, nem mesmo, o bispo. Mas Gurgel sabia das coisas.

 

LIVROS NO LIXO

Se confirmada a venda para reciclagem de lixo de duas toneladas de livros da Escola Estadual Alberto Pereira Lima, em João Monlevade, para pagamento de conta de telefone da escola, serei obrigado a acreditar que estamos caminhando para o fim do mundo.

Como pode uma diretora de escola tomar uma atitude como essa? Se ela troca a preço de lixo toneladas de livros, que preparo terá para dirigir uma escola?

As autoridades precisam tomar uma atitude urgente e esclarecer os fatos á comunidade.

Crime como esse precisa de punição exemplar e rápida.

Estou trocendo para que tudo não passe de um grande engano e que nada disso aconteceu, mas como li as informações no blog de minha amiga Eliane Araújo, preparo-me para a péssima confirmação.

MENSALÃO DO PT

Antes que venham com desculpas esfarrapadas, antecipo que sou a favor de julgamento com o mesmo rigor no caso do Mensalão Tucano de Minas.

Não há, no entanto, como tapar o sol com a peneira como sempre quis e continua querendo o ex-presidente Lula, o petista maior. 

Está provado, julgado e condenado, sem mais direito à apelação, que o grupo petista comandado pelo José Dirceu formou uma quadrilha de bandidos para praticar corrupção com dinheiro público. Se vão todos para a cadeia ou não é apenas mais uma etapa dessa novela que começa a chegar ao fim. 

Pelo sim ou pelo não, fica a alma lavada do povo brasileiro que hà tempos clamava por uma punição exemplar aos corruptos.

O PT não inventou a corrupção e não agiu sozinho, mas fez o pior: depois de décadas se apresentando como fiador da moralidade política, tranformou-se no partido líder de uma gangue que avançou sem nenhum pudor sobre o erário público.

O resultado do julgamento do Mensalãpo nos traz dois alentos: coloca um ponto final na arrogância petista e mostra aos políticos que, por mais influentes e poderosos que sejam, qualquer um deles cabe muito bem dentro da cadeia.

Este mês de outubro de 2012 vai ficar marcado na história política brasileira com personagens que nos enchem de orgulho como o ministro-relator Joaquim Francisco e o procurador-geral Roberto Rangel, ambos nomeados pelo governo do reclamante Luiz Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores.

O Brasil tem jeito, companheiros!

sexta-feira, 19 de outubro de 2012



Devagar que o andor é de barro

Na terça-feira, 16 de outubro, dez dias após as eleições e há setenta e cinco dias da posse do prefeito eleito Teófilo Torres, ouvi o comunicador e ex-prefeito Carlos Moreira fazendo uma pesquisa na Rádio Cultura. Qual prioridade o prefeito deve tocar a partir do dia primeiro de janeiro: acabar com a falta de água, limpar a cidade ou melhorar o serviço de saúde?
Não acreditei no que estava ouvindo. Se a pesquisa foi iniciativa particular do comunicador, não passou de uma brincadeira de mau gosto, pois a situação é grave e o que o novo prefeito vai precisar é de tempo para arrumar a casa. A quem serve criar uma expectativa na população e que não pode ser cumprida a partir do primeiro dia do ano?
Se o comunicador fez a pesquisa em comum acordo com o prefeito eleito, aí a coisa já começa pior do que se podia imaginar e nunca saberemos de quem vai ser a cara do governo.
O certo é que a pesquisa, partindo de um aliado, foi prematura e inoportuna, induzindo um compromisso que não foi outorgado a quem a fez. Ao contrário de Teófilo, Carlos Moreira é quem precisa perceber que o governo não pode e nem deve ter a sua cara. E quando mais longe ele ficar do centro do poder, maiores serão as chances do novo prefeito recuperar o tempo perdido pela cidade. Muito perto, as relações serão contaminadas por conflitos inevitáveis e o final dessa aliança política pode surgir já nos primeiros capítulos e terminar em situação não muito agradável.
Este é o primeiro grande desafio do grupo que avançou com uma balaiada de votos nas eleições e que levou o povo a depositar seu voto de confiança em quem tem capacidade política para resolver os tantos problemas. Quanto às obras, nesta altura do campeonato a prioridade ou não é decisão do prefeito eleito. Buscar opinião de ouvintes de rádio neste momento é se negar a descer do palanque e antecipar dificuldades para quem ainda nem conseguiu estabelecer sua comissão de transição. Além disso, apesar de nem diplomado ter sido, pelo que se sabe o nome do prefeito eleito é Teófilo Torres.

AGONIA

Um cidadão comum me parou anteontem no centro da cidade e repetiu uma pergunta que já me fizeram dezenas de vezes nos últimos dias: por que o atual prefeito acabou com Monlevade?
E aí sempre vem o mesmo repertório: a cidade está suja, não tem água, os postos médicos funcionam mal, todas as obras estão paradas, as que foram concluídas não funcionam, dívidas e demissões e, agora, até os sinais de trânsito foram desligados.
A resposta que tenho repetido: essa agonia só pode estar no fim.

IRMÃO

Sempre admirei a disposição dos irmãos médicos Rogério Bicalho e Luiz Alpino, defendendo publicamente os irmãos políticos Gentil e Gustavo Prandini. Família é família e irmão é pra isso mesmo.
Nesta semana, porém, me surpreendi com o segundo culpando a mídia pelo inferno astral do desastrado governo do irmão político. Se ele me inclui nesta mídia, o respeito que tenho pelo Alpino me faz informa-lo que tentei muito ajudar seu irmão e só reagi às ações tresloucadas dele, sem jamais induzi-lo a tantos erros.
Durante os três anos de perseguição dele contra mim e nossos funcionários, causou-nos prejuízo de mais de R$1 milhão, que era o resultado de 30 anos de trabalho. Mas como pimenta só arde nos olhos dos outros...

RESPEITO

O choro é livre e faz parte da democracia. Concordar ou não com o resultado de qualquer eleição é direito de todo cidadão. Querer ganhar no tapetão com mentiras e induzir cidadãos numa revolta de araque é irresponsabilidade ou insanidade que mais nos aproxima do circo do que do cinema.
O que assusta é a disposição de gente aparentemente normal em mentir sem nenhum pudor para tentar sustentar seus lamentos por uma derrota. Aí, não vale a pena nem contrapor. Resta lamentar até onde o rancor e a mágoa transformam o ser humano.
Antônio Carlos foi eleito prefeito de São Gonçalo com uma campanha limpa e um comportamento digno tanto por parte dele, como de seu vice Eduardo e do prefeito Nozinho. Não existe nada que coloque em dúvida a legitimidade da eleição. Antônio vai ser diplomado e empossado normalmente porque fez tudo dentro da legalidade. Desafio a quem quer que seja provar o contrário, com responsabilidade, sem mentiras e blá-blá-blá.
Tive a honra e o prazer de testemunhar todas as ações da campanha e me orgulho muito de ter participado dessa que foi uma das mais bonitas dos últimos anos.
É muito bom estar do lado do bem. É pra frente que se anda.

LERIS BRAGA

A vitória mais surpreendente, arrebatadora e admirável nas eleições do Médio Piracicaba neste ano de 2012 foi a do prefeito de Santa Bárbara, Leris Braga.
Tive a honra de cuidar do marketing de sua campanha com a ajuda do Douglas e do Diego da ShineOn, além da grande colaboração da Thaís Dias.
Mas o mérito, claro, é do próprio Leris e seu vice Alcemir. Trabalharam muito, transformaram-se em leões para enfrentar dois adversários poderosos e prevaleceu a capacidade política da dupla.
Bela surpresa e uma oportunidade que me caiu como prêmio por vários motivos. Ainda estou comemorando.

NOVO HOSPITAL

Salvo engano de data, foi na reunião de lançamento da candidatura de Carlos Moreira à reeleição ao cargo de prefeito de João Monlevade, realizada em julho de 2004, no antigo depósito da Skol, que ouvi pela primeira vez ele falar sobre o projeto de transformar o antigo Terminal Rodoviário em hospital municipal.
Naquela reunião já me coloquei contra a ideia e deixei isso claro a ele e a Mauri Torres. De lá pra cá, escrevi aqui nesse espaço várias vezes para criticar a proposta e a teimosia que não permitia Moreira tirar aquilo da cabeça.
Mais de oito anos depois aí está um dos maiores exemplos de desperdício de dinheiro público da história administrativa de João Monlevade e com cumplicidade do Governo do Estado, que liberou muito dinheiro, mas nem ele dá alvará de funcionamento daquela soja.
Nas poucas vezes na campanha deste ano em que tentaram colocar em pauta o famigerado “Hospital Santa Madalena”, fui radicalmente contra.
Quem ainda é a favor precisa entrar no PA para mudar de ideia. Aquilo serve, no máximo, para estacionamento. Insistir em falar em hospital ali ou manter lá o PA é passar atestado, com firma reconhecida, de total irresponsabilidade.
Que o novo prefeito não caia nesse delírio populista.