Devagar que o andor é de barro
Na
terça-feira, 16 de outubro, dez dias após as eleições e há setenta e cinco dias
da posse do prefeito eleito Teófilo Torres, ouvi o comunicador e ex-prefeito
Carlos Moreira fazendo uma pesquisa na Rádio Cultura. Qual prioridade o
prefeito deve tocar a partir do dia primeiro de janeiro: acabar com a falta de
água, limpar a cidade ou melhorar o serviço de saúde?
Não
acreditei no que estava ouvindo. Se a pesquisa foi iniciativa particular do
comunicador, não passou de uma brincadeira de mau gosto, pois a situação é
grave e o que o novo prefeito vai precisar é de tempo para arrumar a casa. A
quem serve criar uma expectativa na população e que não pode ser cumprida a
partir do primeiro dia do ano?
Se
o comunicador fez a pesquisa em comum acordo com o prefeito eleito, aí a coisa
já começa pior do que se podia imaginar e nunca saberemos de quem vai ser a
cara do governo.
O
certo é que a pesquisa, partindo de um aliado, foi prematura e inoportuna,
induzindo um compromisso que não foi outorgado a quem a fez. Ao contrário de
Teófilo, Carlos Moreira é quem precisa perceber que o governo não pode e nem
deve ter a sua cara. E quando mais longe ele ficar do centro do poder, maiores
serão as chances do novo prefeito recuperar o tempo perdido pela cidade. Muito
perto, as relações serão contaminadas por conflitos inevitáveis e o final dessa
aliança política pode surgir já nos primeiros capítulos e terminar em situação
não muito agradável.
Este
é o primeiro grande desafio do grupo que avançou com uma balaiada de votos nas
eleições e que levou o povo a depositar seu voto de confiança em quem tem
capacidade política para resolver os tantos problemas. Quanto às obras, nesta
altura do campeonato a prioridade ou não é decisão do prefeito eleito. Buscar
opinião de ouvintes de rádio neste momento é se negar a descer do palanque e
antecipar dificuldades para quem ainda nem conseguiu estabelecer sua comissão
de transição. Além disso, apesar de nem diplomado ter sido, pelo que se sabe o
nome do prefeito eleito é Teófilo Torres.
AGONIA
Um
cidadão comum me parou anteontem no centro da cidade e repetiu uma pergunta que
já me fizeram dezenas de vezes nos últimos dias: por que o atual prefeito
acabou com Monlevade?
E
aí sempre vem o mesmo repertório: a cidade está suja, não tem água, os postos
médicos funcionam mal, todas as obras estão paradas, as que foram concluídas
não funcionam, dívidas e demissões e, agora, até os sinais de trânsito foram
desligados.
A
resposta que tenho repetido: essa agonia só pode estar no fim.
IRMÃO
Sempre
admirei a disposição dos irmãos médicos Rogério Bicalho e Luiz Alpino,
defendendo publicamente os irmãos políticos Gentil e Gustavo Prandini. Família
é família e irmão é pra isso mesmo.
Nesta
semana, porém, me surpreendi com o segundo culpando a mídia pelo inferno astral
do desastrado governo do irmão político. Se ele me inclui nesta mídia, o
respeito que tenho pelo Alpino me faz informa-lo que tentei muito ajudar seu
irmão e só reagi às ações tresloucadas dele, sem jamais induzi-lo a tantos
erros.
Durante
os três anos de perseguição dele contra mim e nossos funcionários, causou-nos
prejuízo de mais de R$1 milhão, que era o resultado de 30 anos de trabalho. Mas
como pimenta só arde nos olhos dos outros...
RESPEITO
O choro
é livre e faz parte da democracia. Concordar ou não com o resultado de qualquer
eleição é direito de todo cidadão. Querer ganhar no tapetão com mentiras e
induzir cidadãos numa revolta de araque é irresponsabilidade ou insanidade que
mais nos aproxima do circo do que do cinema.
O
que assusta é a disposição de gente aparentemente normal em mentir sem nenhum
pudor para tentar sustentar seus lamentos por uma derrota. Aí, não vale a pena
nem contrapor. Resta lamentar até onde o rancor e a mágoa transformam o ser
humano.
Antônio
Carlos foi eleito prefeito de São Gonçalo com uma campanha limpa e um
comportamento digno tanto por parte dele, como de seu vice Eduardo e do
prefeito Nozinho. Não existe nada que coloque em dúvida a legitimidade da
eleição. Antônio vai ser diplomado e empossado normalmente porque fez tudo
dentro da legalidade. Desafio a quem quer que seja provar o contrário, com
responsabilidade, sem mentiras e blá-blá-blá.
Tive
a honra e o prazer de testemunhar todas as ações da campanha e me orgulho muito
de ter participado dessa que foi uma das mais bonitas dos últimos anos.
É
muito bom estar do lado do bem. É pra frente que se anda.
LERIS BRAGA
A
vitória mais surpreendente, arrebatadora e admirável nas eleições do Médio
Piracicaba neste ano de 2012 foi a do prefeito de Santa Bárbara, Leris Braga.
Tive
a honra de cuidar do marketing de sua campanha com a ajuda do Douglas e do
Diego da ShineOn, além da grande colaboração da Thaís Dias.
Mas
o mérito, claro, é do próprio Leris e seu vice Alcemir. Trabalharam muito,
transformaram-se em leões para enfrentar dois adversários poderosos e
prevaleceu a capacidade política da dupla.
Bela
surpresa e uma oportunidade que me caiu como prêmio por vários motivos. Ainda
estou comemorando.
NOVO HOSPITAL
Salvo
engano de data, foi na reunião de lançamento da candidatura de Carlos Moreira à
reeleição ao cargo de prefeito de João Monlevade, realizada em julho de 2004,
no antigo depósito da Skol, que ouvi pela primeira vez ele falar sobre o
projeto de transformar o antigo Terminal Rodoviário em hospital municipal.
Naquela
reunião já me coloquei contra a ideia e deixei isso claro a ele e a Mauri
Torres. De lá pra cá, escrevi aqui nesse espaço várias vezes para criticar a
proposta e a teimosia que não permitia Moreira tirar aquilo da cabeça.
Mais
de oito anos depois aí está um dos maiores exemplos de desperdício de dinheiro
público da história administrativa de João Monlevade e com cumplicidade do
Governo do Estado, que liberou muito dinheiro, mas nem ele dá alvará de
funcionamento daquela soja.
Nas
poucas vezes na campanha deste ano em que tentaram colocar em pauta o
famigerado “Hospital Santa Madalena”, fui radicalmente contra.
Quem
ainda é a favor precisa entrar no PA para mudar de ideia. Aquilo serve, no
máximo, para estacionamento. Insistir em falar em hospital ali ou manter lá o
PA é passar atestado, com firma reconhecida, de total irresponsabilidade.
Que
o novo prefeito não caia nesse delírio populista.
Concordo plenamente. Aquela "obra" serviu apenas para desvios de verbas do Governo de Minas.
ResponderExcluirQualquer analfabeto sabe que alí nunca será um hospital.
Insistir seria uma grande burrice.