quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Ataque não ganha eleição



Se ataque a adversários funcionasse em campanha eleitoral, Gentil Bicalho tinha ganhado de balaiada e Conceição Winter estaria bem colocada na segunda posição. Marqueteiros burros e candidatos idem, no entanto, ainda não aprenderam que o eleitor gosta de falar mal de políticos, mas não gosta de ver político falando mal de outro político.
Em vinte e cinco anos de assessoria/consultoria e com mais de cinquenta campanhas enfrentadas, jamais concordei com ataques. Não está na minha linha de trabalho qualquer tipo de ataque a adversários. Comparações sim, algumas vezes são necessárias, mas no limite do objetivo ético e claro de apenas mostrar diferenças. Ataques pessoais, então, sempre estiveram totalmente fora de cogitação. Já participei de campanha de quase todos os partidos e, sempre, a postura é a mesma. Nada de ataques. Candidato que não tem argumento para se eleger com campanha propositiva, não tem capacidade para se estabelecer no cargo ao qual se propõe.
Alguém aí já viu candidato se eleger porque atacou o adversário? Eu nunca vi. Pelo contrário, o que a história política nos mostra são centenas ou milhares de derrotas daqueles que se preocuparam mais em atacar os adversários do que apresentar propostas e convencer o eleitor de que é a melhor alternativa.
No caso da campanha deste ano em João Monlevade tentaram transformar um caso simples em escândalo. Não conseguiram e, mesmo assim, insistiram até o desespero dos péssimos sinais das pesquisas de trabalho deixar muita gente desnorteada. Aí, numa avaliação mal pensada, decidiram que a única saída era um ataque direto, sem meias palavras e apontando todos os dedos para o tucano. Erro clássico de campanhas: esqueceram de combinar com o eleitor. E ele já tinha decidido que aquele lero-lero não mudaria seu voto. E deu no que deu.
Aqui nem tenho a intenção de defender o Teófilo, até mesmo porque ele não precisa. Nunca foi funcionário da prefeitura de Nova Serrana (nem de carne e osso nem fantasma), nunca foi nem está sendo investigado pelo Ministério Público e foi contratado como profissional liberal dentro do que permite a Lei das Licitações. Milhares de advogados prestam o mesmo serviço e nas mesmas condições em praticamente todas as prefeituras do Brasil e em administrações comandadas por todos os partidos, inclusive o PT de Gentil e o PPS de Winter. Quem está sendo investigado pelo MP é o prefeito de Nova Serrana, a partir de denúncia de adversários políticos. E se ele estiver errado, que seja punido. É como no caso do Mensalão: aplaudo a condenação da quadrilha comandada pelo petista José Dirceu e aplaudirei a mesma Justiça se ela comprovar e condenar Mauri Torres no caso do Mensalão mineiro. Pau que bate em Francisco tem também que bater em José.
Os ataques feitos pelos adversários contra Teófilo Torres eram monitorados com pesquisas, no máximo, a cada quinze dias. E não alteravam, em nada, a intenção de votos, que disparou o filho de Mauri nas pesquisas no início de agosto. Eu defendia a publicação das pesquisas e resposta aos ataques, mas a experiência política de Carlos Moreira e Mauri Torres falaram mais alto e fui voto vencido, graças a Deus.
Nesta eleição, o que se percebeu é que valeu a melhor apresentação dos candidatos porque o eleitor não estava mais a fim de campanha ao final dos primeiros trinta dias. E nisso, nós fomos muito felizes e o mérito deve ser dividido com todos. O resto da campanha foi um blá-blá-blá que cansou a todos e só confirmou o votos dos eleitores.
Na próxima edição quero falar da espetacular virada em Santa Bárbara com a eleição do Leris Braga. Até lá.

Um comentário:

  1. Às vezes eu acho atpe estranho, como podem certas, ou até mesmo um grupo se dedicar a desconstrução, de seus valores e até do caráter, em deturpar a imagem constru[ida, por aqueles a quem são adversários.
    Não me espelho apenas em Democracia, das igualdades constitucionais erguidas pelos representantes do povo, apenas no que me foi apresentado no seio familiar, junto aos meus educadores, vizinhos e amigos, onde nossas diferenças possuíam valor real, quando somassem algo, ficando "na gaveta", se assim não fosse.
    Então, num dos pórticos da construção da cidadania, da manutenção de direitos e valores coletivos, deiuxam-se levar, ou quem sabe asim o são, em detrimento da coletividade...
    Que dó!

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